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Doença de Parkinson: Compreendendo os Sintomas, Diagnóstico e Tratamento

A Doença de Parkinson (DP) é uma das condições neurodegenerativas mais comuns, afetando principalmente os idosos. Ela ocorre devido à degeneração de células nervosas localizadas em uma região do cérebro chamada substância negra, responsável pela produção de dopamina, um neurotransmissor crucial para o controle motor. Sem essa dopamina, o controle dos movimentos fica prejudicado, resultando em sintomas característicos como tremores, rigidez e lentidão de movimentos. A DP é uma condição crônica e progressiva, o que significa que os sintomas pioram com o tempo. Neste artigo, vamos explorar os principais aspectos dessa doença, incluindo seus sintomas, diagnóstico, opções de tratamento e estratégias para lidar com o impacto no dia a dia.

Sintomas da Doença de Parkinson

Os sintomas da Doença de Parkinson podem se desenvolver gradualmente e variar amplamente entre os pacientes. Alguns dos sinais mais comuns incluem:

  • Tremores: O tremor é um dos sintomas mais reconhecíveis da DP, geralmente afetando as mãos, braços ou pernas. O tremor pode ocorrer em repouso e é mais pronunciado durante momentos de inatividade, como ao descansar as mãos sobre uma mesa (JANKOVIC; TOSOLA, 2007).
  • Rigidez muscular: A rigidez dos músculos é outro sintoma importante. Ela pode causar dor e limitação nos movimentos. Pacientes podem apresentar uma postura rígida ou dificuldades para iniciar ou realizar movimentos fluídos, como girar a cabeça ou andar (KOLLER; LIPTON, 1992).
  • Bradicinesia: A lentidão dos movimentos, também conhecida como bradicinesia, é uma característica essencial da DP. Isso significa que os pacientes têm dificuldade para começar a se mover ou realizar tarefas simples, como escrever, caminhar ou levantar-se de uma cadeira (JANKOVIC; TOSOLA, 2007).
  • Instabilidade postural: A perda de equilíbrio é uma das complicações mais graves da DP. Com o tempo, a falta de equilíbrio pode levar a quedas frequentes, o que agrava a dependência do paciente e aumenta os riscos de lesões (KOLLER; LIPTON, 1992).

Além desses sintomas motores, muitos pacientes com Parkinson também enfrentam sintomas não motores, como distúrbios do sono, depressão, ansiedade, constipação e dificuldades cognitivas, como perda de memória e dificuldades de concentração (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2013).

Diagnóstico da Doença de Parkinson

O diagnóstico da Doença de Parkinson é essencialmente clínico, ou seja, é feito por meio da observação dos sintomas apresentados pelo paciente e pela exclusão de outras doenças. Não existe um exame único para diagnosticar a DP, mas algumas ferramentas ajudam no processo:

  • Exame clínico e histórico médico: O neurologista realiza uma avaliação minuciosa dos sintomas motores, como tremores, rigidez e lentidão de movimentos. A história médica do paciente também é considerada (JANKOVIC; TOSOLA, 2007).
  • Exames de imagem: Exames como ressonância magnética (RM) e tomografia computadorizada (TC) podem ser realizados para excluir outras condições neurológicas que possam mimetizar a DP, mas, na maioria dos casos, não ajudam a confirmar o diagnóstico da doença (KOLLER; LIPTON, 1992).
  • Critérios diagnósticos do DSM-5: O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) não inclui a Doença de Parkinson como um diagnóstico primário, pois a DP é uma condição neurológica, não psiquiátrica. No entanto, o DSM-5 pode ser utilizado para diagnosticar comorbidades relacionadas à doença, como transtornos depressivos e ansiosos, que são comuns em pacientes com Parkinson (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2013).

Tratamento da Doença de Parkinson

Embora não exista uma cura para a Doença de Parkinson, existem tratamentos que podem ajudar a aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. O tratamento pode incluir medicamentos, terapias físicas e, em casos mais avançados, intervenções cirúrgicas.

  1. Medicamentos:
    • Levodopa: A levodopa é o tratamento farmacológico mais eficaz para a DP. Ela se converte em dopamina no cérebro, ajudando a melhorar o controle motor. Frequentemente é combinada com outros medicamentos, como a carbidopa, para melhorar sua eficácia e reduzir efeitos colaterais (JANKOVIC; TOSOLA, 2007).
    • Agonistas dopaminérgicos: Medicamentos como pramipexol e ropinirol agem diretamente sobre os receptores de dopamina no cérebro, imitando a ação da dopamina natural e ajudando no controle dos sintomas motores (KOLLER; LIPTON, 1992).
    • Inibidores da COMT e MAO-B: Esses medicamentos ajudam a prolongar os efeitos da dopamina no cérebro, aumentando a eficácia de tratamentos com levodopa (JANKOVIC; TOSOLA, 2007).
  2. Terapias Físicas:
    • Fisioterapia: A fisioterapia desempenha um papel fundamental no tratamento da DP, ajudando a melhorar a mobilidade, a força muscular e o equilíbrio. Exercícios regulares também podem ajudar a reduzir a rigidez muscular e a prevenir complicações como a perda de mobilidade (KOLLER; LIPTON, 1992).
    • Terapia Ocupacional: Os terapeutas ocupacionais auxiliam os pacientes a melhorar a execução das tarefas diárias, como vestir-se, comer e se locomover de maneira mais independente, usando dispositivos de auxílio, quando necessário (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2013).
  3. Tratamentos Cirúrgicos:
    • Estimulação cerebral profunda (DBS): Quando os medicamentos não são mais eficazes ou causam efeitos colaterais intoleráveis, a estimulação cerebral profunda pode ser uma opção. Esse procedimento envolve a implantação de um dispositivo no cérebro que envia impulsos elétricos para controlar os sintomas (JANKOVIC; TOSOLA, 2007).

Aspectos Psicológicos e Qualidade de Vida

Além dos sintomas motores, muitos pacientes com Doença de Parkinson enfrentam desafios psicológicos, como depressão, ansiedade e dificuldades cognitivas. O impacto emocional da doença, combinado com a progressão dos sintomas, pode afetar significativamente a qualidade de vida. A psicoterapia é uma abordagem importante para apoiar os pacientes na adaptação ao diagnóstico e no enfrentamento das dificuldades emocionais associadas à condição (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2013).

O apoio social e familiar também desempenha um papel crucial no bem-estar do paciente com Parkinson, ajudando a reduzir o isolamento e promovendo a continuidade nas atividades diárias. Grupos de apoio para pacientes e familiares podem ser extremamente úteis (KOLLER; LIPTON, 1992).

Conclusão

A Doença de Parkinson é uma condição neurodegenerativa desafiadora que afeta tanto os sintomas motores quanto os aspectos emocionais e cognitivos da vida do paciente. Embora não haja cura, com diagnóstico precoce e um plano de tratamento adequado, é possível melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes. É fundamental que os pacientes recebam um tratamento multidisciplinar, que envolva medicamentos, terapias físicas e psicológicas, e acompanhamento contínuo por profissionais da saúde.

Clínica Psicólogo Floripa
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Referências

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5). Artmed Editora, 2013.

JANKOVIC, J.; TOSOLA, E. Parkinson's Disease and Movement Disorders. Lippincott Williams & Wilkins, 2007.

KOLLER, W. C.; LIPTON, R. B. Parkinson's Disease: Diagnosis and Treatment. Journal of the American Geriatrics Society, v. 40, n. 4, p. 391-397, 1992.

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