A saúde mental é um dos pilares do bem-estar e da qualidade de vida. Quando ela está comprometida por um transtorno psiquiátrico — como depressão, ansiedade, transtorno bipolar ou esquizofrenia — é fundamental buscar tratamento adequado. Nesse contexto, dois recursos se destacam: o uso de medicamentos e a psicoterapia. Mas será que um substitui o outro? A resposta é não. O ideal, na maioria dos casos, é a combinação entre ambos.
O que são os medicamentos psiquiátricos?
Os medicamentos utilizados em psiquiatria, como antidepressivos, estabilizadores de humor, ansiolíticos e antipsicóticos, atuam na regulação de neurotransmissores no cérebro, como a serotonina, dopamina e noradrenalina. Eles ajudam a equilibrar a química cerebral e aliviar sintomas que muitas vezes impedem a pessoa de trabalhar, estudar, dormir ou se relacionar com os outros.
Contudo, os medicamentos não ensinam a pessoa a lidar com suas emoções, a compreender seus padrões de comportamento ou a desenvolver estratégias para enfrentar os desafios da vida. E é aí que entra a psicoterapia.
O que é a psicoterapia?
A psicoterapia, também chamada de “terapia”, é um processo de cuidado psicológico conduzido por um psicólogo. Ela ajuda o paciente a identificar padrões de pensamento disfuncionais, resolver conflitos internos e melhorar a autoestima, o autocuidado e os relacionamentos.
As abordagens podem variar — como a terapia cognitivo-comportamental, a psicanálise, a terapia existencial, entre outras — mas todas têm como base o acolhimento, o vínculo terapêutico e a escuta qualificada.
Por que usar os dois juntos?
Diversos estudos demonstram que a combinação entre medicação e psicoterapia é mais eficaz do que o uso isolado de qualquer um dos dois. Segundo a Associação Americana de Psiquiatria (APA), essa combinação é especialmente eficaz em casos de depressão moderada a grave, transtorno bipolar, esquizofrenia e transtornos de ansiedade.
A medicação atua nos sintomas e na estabilização biológica. Já a psicoterapia ajuda o paciente a desenvolver habilidades emocionais e cognitivas, a compreender suas vivências e a prevenir recaídas. Ou seja, enquanto um trata os sintomas, o outro trata a origem e os fatores perpetuadores do sofrimento.
Casos em que a psicoterapia é suficiente
Em quadros leves de ansiedade, estresse ou dificuldades de adaptação, a psicoterapia isolada pode ser suficiente. Porém, mesmo nesses casos, a avaliação de um profissional da saúde mental é fundamental para indicar o melhor caminho.
A decisão é individual e profissional
Cada pessoa é única, e o plano terapêutico deve ser construído com base em uma avaliação cuidadosa, feita por profissionais qualificados. Em geral, médicos psiquiatras avaliam a necessidade de medicação, e psicólogos conduzem o processo psicoterapêutico. O trabalho em conjunto entre esses profissionais é fundamental para o sucesso do tratamento.
Conclusão
Não existe uma fórmula única para cuidar da saúde mental, mas a combinação entre medicamentos e psicoterapia tem se mostrado uma das formas mais eficazes de promover melhora duradoura e qualidade de vida. Buscar ajuda não é sinal de fraqueza, mas de coragem e cuidado consigo mesmo.
Se você ou alguém que você ama está enfrentando sofrimento emocional, não hesite em procurar apoio profissional. O tratamento certo pode transformar vidas.
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Referências:
- AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Practice Guideline for the Treatment of Patients with Major Depressive Disorder. 3rd ed. APA, 2010.
- CUNHA, G. R. da. Psicofármacos: consulta rápida. 9. ed. Porto Alegre: Artmed, 2020.
- KNAPP, P. et al. Fundamentos de psiquiatria. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2019.
- NATIONAL INSTITUTE OF MENTAL HEALTH (NIMH). Mental Health Medications. Disponível em: https://www.nimh.nih.gov/health
- VASCONCELOS, M. M. et al. Abordagens terapêuticas combinadas em psiquiatria. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 27, n. 2, p. 122-126, 2005.