A insônia é um transtorno do sono que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, comprometendo a qualidade de vida e o funcionamento diário. Este artigo, destinado ao público leigo, apresenta o que é a insônia, suas causas mais comuns e os principais tratamentos disponíveis, com foco nas intervenções psicoterapêuticas e no uso de medicamentos. As informações são baseadas no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) e em literatura científica atualizada.
Introdução
A insônia é caracterizada pela dificuldade persistente para iniciar ou manter o sono, ou ainda por despertar precoce, resultando em prejuízos significativos durante o dia, como cansaço, irritabilidade, dificuldade de concentração e queda no rendimento (APA, 2014). É considerada um transtorno do sono quando esses sintomas ocorrem pelo menos três vezes por semana e se mantêm por pelo menos três meses.
Esse transtorno pode surgir por diversos fatores, incluindo estresse, ansiedade, depressão, dor crônica, uso de substâncias ou alterações no estilo de vida. Segundo a Organização Mundial da Saúde (WHO, 2019), distúrbios do sono estão entre os problemas de saúde mais prevalentes globalmente.
Tratamento em Psicoterapia
O tratamento psicoterapêutico para insônia foca na identificação e modificação de hábitos, pensamentos e comportamentos que interferem na qualidade do sono. O processo pode incluir:
- Orientações sobre higiene do sono, como manter horários regulares para dormir e acordar, evitar uso de telas antes de dormir e criar um ambiente adequado ao sono.
- Identificação de pensamentos disfuncionais associados à dificuldade de dormir, como preocupações excessivas ou medo de não conseguir dormir.
- Treinamento de técnicas de relaxamento e redução da ativação mental e corporal antes de dormir.
- Reorganização de rotinas para promover um ritmo mais saudável ao longo do dia, respeitando o ciclo biológico do sono.
- Acompanhamento contínuo, com ajustes individualizados conforme a evolução do quadro.
A psicoterapia é altamente eficaz, com evidências científicas mostrando melhora significativa da qualidade do sono e redução dos sintomas, mesmo após o término do tratamento (Trauer et al., 2015).
Tratamento Medicamentoso
O uso de medicamentos pode ser indicado quando há comprometimento intenso do sono, especialmente em fases agudas ou quando a insônia está associada a outras condições, como transtornos de humor. Os medicamentos mais comuns incluem:
- Hipnóticos não benzodiazepínicos (ex.: zolpidem);
- Antidepressivos com efeito sedativo (ex.: trazodona);
- Melatonina e seus agonistas;
- Benzodiazepínicos (em casos específicos e por curto prazo).
A prescrição deve ser feita por médico, com acompanhamento criterioso para evitar dependência, tolerância e efeitos colaterais. O tratamento medicamentoso deve ser, sempre que possível, associado a medidas não farmacológicas.
Considerações Finais
A insônia é um problema sério, mas tratável. A intervenção psicoterapêutica desempenha papel fundamental na recuperação da qualidade do sono, promovendo mudanças comportamentais e emocionais duradouras. Em alguns casos, pode ser necessário associar o uso de medicamentos, sempre sob orientação profissional. Procurar ajuda especializada é fundamental para recuperar o bem-estar e o equilíbrio da saúde mental.
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Referências
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
PASSOS, G. S. et al. Intervenções farmacológicas e não farmacológicas para insônia: revisão sistemática. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, v. 66, n. 3, p. 187-193, 2017.
TRAUER, J. M. et al. Cognitive behavioral therapy for chronic insomnia: a systematic review and meta-analysis. Annals of Internal Medicine, v. 163, n. 3, p. 191-204, 2015.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO Technical Meeting on Sleep and Health. Bonn: WHO Regional Office for Europe, 2019.
