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Disfunções Sexuais: o que são, causas e caminhos para o tratamento

As disfunções sexuais são alterações persistentes no desejo, excitação ou resposta sexual, que geram sofrimento significativo ou impacto na qualidade de vida do indivíduo ou do casal. Esses transtornos são mais comuns do que se imagina e podem afetar homens e mulheres em qualquer fase da vida adulta. Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), publicado pela American Psychiatric Association (2014), as disfunções sexuais devem ser avaliadas com cuidado, levando-se em conta fatores biológicos, psicológicos, relacionais e culturais.

Principais tipos de disfunções sexuais

O DSM-5 classifica as disfunções sexuais em diferentes categorias, conforme o ciclo da resposta sexual:

  • Transtorno do desejo sexual hipoativo (mais frequente em homens): ausência ou redução persistente do desejo sexual.
  • Transtorno da excitação sexual feminina: dificuldade em obter ou manter a excitação, mesmo com estimulação adequada.
  • Transtorno erétil: dificuldade em atingir ou manter a ereção durante a atividade sexual.
  • Transtorno do orgasmo feminino: atraso, infrequência ou ausência do orgasmo após estimulação.
  • Transtorno do orgasmo masculino: ejaculação retardada ou dificuldade em atingir o orgasmo.
  • Ejaculação precoce: ejaculação persistente que ocorre em até um minuto após a penetração.
  • Transtorno de dor genito-pélvica/penetração: dor, medo ou contração involuntária da musculatura vaginal durante tentativas de penetração.

Essas condições devem estar presentes por pelo menos seis meses, ocorrerem em 75% ou mais das relações sexuais e causarem sofrimento clinicamente significativo para que sejam consideradas diagnósticas (APA, 2014).

Causas e fatores associados

As disfunções sexuais podem ter origens múltiplas. Aspectos físicos como alterações hormonais, uso de medicamentos (como antidepressivos e anti-hipertensivos), doenças neurológicas ou cardiovasculares podem estar envolvidos (WINCENZ, 2017). Já fatores psicológicos como ansiedade de desempenho, traumas, baixa autoestima e conflitos de relacionamento também são comuns (NASCIMENTO et al., 2018).

Além disso, fatores socioculturais, tabus e educação sexual inadequada influenciam a percepção e o comportamento sexual do indivíduo. É essencial uma abordagem ampla e sensível à história de vida da pessoa.

O tratamento das disfunções sexuais

O tratamento deve ser individualizado e pode envolver:

  • Psicoterapia: fundamental para lidar com causas emocionais, cognitivas e relacionais. Intervenções focadas em terapia sexual ou terapia cognitivo-comportamental são eficazes (LEITE et al., 2020).
  • Avaliação médica: necessária para investigar causas físicas e revisar medicações.
  • Educação sexual: contribui para a compreensão do próprio corpo, das expectativas realistas e da comunicação com o(a) parceiro(a).

A psicoterapia é uma das formas mais efetivas para a maioria das disfunções sexuais, pois promove autoconhecimento, melhora a comunicação no casal e ressignifica crenças disfuncionais sobre sexualidade.

Conclusão

As disfunções sexuais são condições tratáveis e não devem ser motivo de vergonha ou silêncio. Buscar ajuda especializada é um passo importante para retomar o bem-estar e a saúde sexual. Quanto mais cedo houver acolhimento e intervenção, melhores serão os resultados. O papel do psicólogo é fundamental na escuta qualificada, na redução do sofrimento e na promoção de uma sexualidade mais saudável.

 Clínica Psicólogo Floripa
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Referências Bibliográficas:

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

LEITE, M. P.; SILVA, A. C.; MENEZES, R. T. Intervenções psicoterapêuticas nas disfunções sexuais: uma revisão integrativa. Revista Brasileira de Sexualidade Humana, v. 31, n. 2, p. 45-58, 2020.

NASCIMENTO, A. S.; CASTRO, T. P.; FERREIRA, G. C. Disfunções sexuais: fatores psicossociais e tratamento psicológico. Revista Psicologia e Saúde, v. 10, n. 1, p. 12-21, 2018.

WINCENZ, F. Abordagem médica das disfunções sexuais. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, v. 66, n. 3, p. 157-164, 2017.

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