Sentir medo diante de situações desconhecidas é uma reação natural do ser humano. No entanto, quando esse sentimento se torna excessivo, constante e interfere significativamente na vida cotidiana, estamos diante de um transtorno de ansiedade. Esse é um dos quadros psiquiátricos mais comuns na infância, adolescência e vida adulta, com impacto direto no bem-estar emocional, desempenho escolar, profissional e nas relações interpessoais.
De acordo com Castillo et al. (2000), a ansiedade patológica se diferencia do medo comum por sua intensidade, desproporcionalidade e persistência, geralmente com sintomas como taquicardia, sudorese, tensão muscular, pensamentos obsessivos e comportamentos de evitação. Estudos apontam prevalência de até 15% ao longo da vida, afetando significativamente a qualidade de vida dos indivíduos.
No DSM-5 (APA, 2013), os transtornos de ansiedade formam uma categoria própria e incluem os seguintes diagnósticos principais: transtorno de ansiedade generalizada (TAG), transtorno de pânico, fobias específicas, fobia social (transtorno de ansiedade social), transtorno de ansiedade de separação e mutismo seletivo. É importante notar que, no DSM-5, o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) passaram a constituir categorias diagnósticas distintas, apesar de possuírem sintomas ansiosos.
As manifestações ansiosas podem iniciar na infância, como no transtorno de ansiedade de separação, ou se agravar ao longo da vida, como ocorre em quadros de TAG e fobia social. Em comum, essas condições geram sofrimento psíquico significativo, impacto funcional e, muitas vezes, sintomas somáticos (náuseas, dores, tensão, agitação).
A atuação da Psicologia Clínica é essencial nesses casos. Por meio de avaliações detalhadas e escuta especializada, o psicólogo identifica a presença de sintomas ansiosos e suas possíveis causas — que podem incluir desde predisposições genéticas até fatores ambientais, como estilos parentais superprotetores, histórico de perdas ou vivências traumáticas.
Além da psicoterapia, em casos mais graves ou resistentes, pode haver necessidade de tratamento farmacológico, sob avaliação médica. Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) são frequentemente utilizados, especialmente quando há comorbidades com transtornos do humor (Allen et al., 1995).
Mais do que controlar os sintomas, a psicologia clínica tem como objetivo ajudar o sujeito a compreender suas emoções, desenvolver recursos internos para lidar com o medo e retomar sua vida com mais liberdade e segurança. A intervenção precoce é essencial para evitar a cronificação dos sintomas e prevenir impactos futuros na saúde mental.
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Referências:
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American Psychiatric Association. (2013). Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (5th ed.). Washington, DC: APA.
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Castillo, A. R. G. L., Recondo, R., Asbahr, F. R., & Manfro, G. G. (2000). Transtornos de ansiedade. Revista Brasileira de Psiquiatria, 22(Supl II), 20-23.
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Allen, A. J., Leonard, H., & Swedo, S. E. (1995). Current knowledge of medications for the treatment of childhood anxiety disorders. Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry, 34(8), 976–986.
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Bernstein, G. A., Borchardt, C. M., & Perwien, A. R. (1996). Anxiety disorders in children and adolescents: a review of the past 10 years. Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry, 35(9), 1110–1119.